quinta-feira, 29 de agosto de 2013

O Mês de Agosto era no Tramagal (Parte II)



Ser filha única nunca foi tarefa fácil.

E naquelas semanas em que os meus primos não estavam comigo, eu tinha de me ocupar e divertir de maneiras diferentes.

Havia a televisão, claro.
Com quatro canais.

E felizmente que eu levava alguns "brinquedos" para lá.

Mas não era o suficiente.

Foi nessa altura que comecei a apanhar o gosto pela leitura.

Foi aos poucos. 

Começou com os livros infantis que a minha avó tinha em casa e que eu levava também.

O Bolinha.

A Anita.

A Luluzinha.

Tio Patinhas e outros Clássicos Disney.

A Turma da Mónica.

Até havia um livro muito velho que se chamava o "Rapaz dos Hipopótamos" que eu devo ter lido centenas e centenas de vezes.













Enfim...

Com o tempo eu comecei a pedir outros livros à minha mãe. E numa das vezes em que ela foi visitar-me (durante a minha estadia em casa da avó) ela trouxe-me um livro de dramas adolescentes.

Na altura eu ainda tinha entre os 9 e os 11 anos por isso os dramas adolescentes pareciam-me um absurdo e ao mesmo tempo muito engraçados.





Mas claro que também comprei Clube das Chaves, Triângulo J, Uma Aventura, etc etc etc.


Eu comecei a ENGOLIR livros!!!

Tanto que ao fim de algum tempo os meus pais começaram a reclamar por gastarem tanto dinheiro em livros. (Ainda hoje reclamam por EU gastar muito dinheiro em livros... ridículo).

A maior parte dos pais queria que os seus filhos lessem e insistiam para que eles fizessem um esforço.

Comigo foi totalmente ao contrário.


"Não precisas de mais livros, Inês"

"Faz outra coisa senão estragas a vista, Inês"

"Não leias enquanto estás a comer, Inês"


Tinham de se esforçar muito para eu deixar as leituras.

A leitura era um mundo novo para mim. Eu adorava os enredos e as histórias. Tudo, tudo, tudo.


Como vos falei na primeira parte deste artigo (2 de Agosto 2013), eu também gostava imenso de desenhar.


Desenhava os meus amigos imaginários e a família perfeita.

Com as histórias que eu descobria nos livros tornou-se mais fácil inspirar-me para criar mais histórias e personagens com todo o tipo de vidas, estilos, etnias...


E foi assim, de uma forma um tanto estranha, que eu desenvolvi as minhas principais grandes paixões.


=)


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