quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Homenagem aos Avós Paternos




Pego, Abrantes.

A meio de uma ruela, lá estava ela.

A casa dos avós paternos.

Nunca me vou esquecer do sorriso aberto da avó Lurdes sempre que me via e de como o avô Benevenuto, ou avô "Nuto" como eu, carinhosamente, lhe chamava, ficava contente por me ter lá uns dias em casa.

Nunca me vou esquecer da colcha amarela e branca da cama e do roupeiro antigo com um grande espelho onde eu passava horas a fazer macacadas.

Nunca me vou esquecer do cheiro das torradas pela manhã que a avó fazia no fogão à maneira antiga nem do avô a descascar-me uma fruta depois do almoço.

Nunca me vou esquecer das tardes no parque dos baloiços com o avô ou as tardes em casa da prima Anita com a avó a fazer pão.

Das couves com feijão da avó nem das cartas de jogar do avô.

Não me vou esquecer de quando eu e o avô íamos jogar no totoloto e ele me dizia para eu escolher os números porque dava sorte.

Não me vou esquecer das lições de bordados da avó (embora seja péssima nesse tipo de actividades).

 De quando eu ficava a assar sardinhas com o avô na casa velha ou de quando ia para horta perto do rio Tejo com a avó.

Das noites em que adormecia no sofá a ver o único canal na velha televisão, a RTP1.

Do som do cão do vizinho a ladrar.

Da nota de 500 que o avô assinava para eu não gastar.

Da escova negra com que a avó me penteava todos os dias.

Não me vou esquecer dos momentos, das cores, dos cheiros, de nada dos dias que lá passei.


Não me vou esquecer de vocês e de tudo o que me ensinaram.


Obrigada.

Amo-vos!


Descansem em paz...



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