quarta-feira, 19 de novembro de 2014

The Giver



Há já uns tempos fui ver o filme "The Giver - O Doador de Memórias" ao cinema e nunca cheguei a falar nisso no blogue.





Mas é um filme que vale super a pena ver.

É uma distopia (agora estão muito na moda) que nos faz dar o devido valor ao que temos.

A tudo o que nos rodeia.

Uma história que nos faz perceber que para termos o bom não poderemos excluir o mau - mas que isso, de alguma maneira, também nos ajuda a dar mais valor a outras coisas.

Às coisas que realmente importam. 



Assim que tiverem oportunidade - já não através de cinema, mas de outras maneiras - vejam este filme e pensem positivo sobre a vossa vida. 

Porque todos nós temos algo porque lutar e viver em harmonia.

Se aceitarmos isto, outras coisas boas virão. 

Com paciência e amor!





- Abraço de harmonia para todos vocês! -






terça-feira, 11 de novembro de 2014

Lady Gaga's ArtRAVE - "The Art Pop Ball"



"Já me disseram que eu sou demasiado diferente. Mas eu penso sempre: se eu sou demasiado diferente é porque os outros são todos iguais." 
Lady Gaga





A Lady Gaga é uma personalidade que sempre gerou bastante polémica.

Ou se ama a Lady Gaga ou se odeia a Lady Gaga.

Mas penso que para mim, desde ontem, passou a ser diferente.

Confissão:

Nunca fui muito fã de electro pop que é a base do estilo de músicas dela.

São boas músicas para dançar e descontrair, mas não do estilo de músicas que geralmente coloco no meu ipod, se é que me entendem.

E também nunca fui muito fã de cantores/artistas demasiado artificiais. Com demasiadas personagens sem sentido.

E sempre foi assim que vi a Lady Gaga. 

Uma cantora de electro pop com uma imagem demasiado exagerada e excêntrica. 

Embora nunca tenha duvidado de que Gaga é uma excelente cantora e performer. 
Sempre afirmei que o é.

Mas enfim, não conseguia perceber a mensagem que queria realmente transmitir.

Porém, devo revelar que nunca a pus completamente de parte.
Houveram alturas em que procurei realmente perceber a mulher por detrás do fenómeno.


E levando em conta que sou designer de moda e gosto mesmo muito de ver espectáculos de grandes produções, experimentei juntar-me aos "monsters" para ver a famosa ArtRAVE da Lady Gaga.

Foi absolutamente espantoso!

Fiquei sem palavras.

Posso continuar a não colocar as músicas no meu ipod, mas tenho de me curvar perante a situação.

Já percebi a mensagem que queria e quer transmitir.

Aliás, acho que poderei afirmar que percebi a mulher por detrás do fenómeno.


Ela não quer simplesmente transmitir que é diferente e que não se importa com o que os outros dizem.

Ela quer que as pessoas percebam que se chegou até ali é devido à sua excentricidade e que por isso, não há motivos nenhuns para ninguém se sentir inferior apenas por ser diferente, muito pelo contrário.
As pessoas que são diferentes deviam sentir-se superiores.


Quando ela discursou acerca da igualdade, da originalidade e da individualidade eu tive de reconhecer que temos uma linha de pensamento muito semelhante.

Há muitas pessoas que dizem que sou diferente e especial (nem sempre num bom sentido), que devia de ser menos assim e menos assado. 

E às vezes isso magoa-me, nem sempre, mas por vezes as pessoas conseguem ser mesmo cruéis.

 Por isso eu gosto de dizer para mim própria que, e penso que a Lady Gaga poderia ter dito isto durante o seu discurso ou que pelo menos concordará comigo, se o mundo evoluiu e continua a evoluir, são às pessoas que pensam, fazem e sentem de maneiras diferentes que devemos estar gratos.


Por isso, Lady Gaga,  não ganhaste uma "monster", ainda, mas, com toda a certeza, ganhaste uma grande admiradora. Não pela artista que és, mas pelo ser humano que és.


Para quem não gosta das músicas da Lady Gaga ou sente alguma dificuldade em perceber a artista, que vá a uma das suas famosas art raves. 
Não nos podemos obrigar a gostar de determinados estilos de música, mas podemos apoiar quem luta por causas tão nobres e de uma forma tão original, certo?


PS: ADOREI O VESTUÁRIO!!!!












quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Crise EDP



Esta semana tem sido caótica!

Vejam a seguinte reclamação à EDP.

"Exmos Senhores,

Na qualidade de titular da conta contrato nº XXX e código de identificação local nº XXX venho por este meio reclamar junto de vossa excelência o seguinte:

No dia 4 de Novembro de 2014 pelas 12 horas quando entrei na minha residência que consta no contrato constatei que não tinha energia eléctrica. Após efectuar a verificação do contador desligando e voltando a ligar a situação de falta de energia manteve-se.

Estabeleci contacto telefónico para o número de apoio de avarias e informaram-me que devia ligar para o apoio comercial.

Após ligação para o comercial fui informada que deveria ligar para o apoio à rede de distribuição 808 100 100 (onde é que está a qualidade do serviço?)

Depois do contacto com este número fiquei a saber que a luz fora cortada por falta de leitura do contador por parte da empresa.

Face ao exposto ficou agendada uma leitura por parte da empresa para o dia de hoje, 5 de Novembro de 2014, no período compreendido entre as 13 e as 15h30, para tanto foi fornecido o meu contacto pessoal para que este fosse cedido aos técnicos que se deslocavam ao local, para efectuarem a ligação e leitura, para eventual comunicação com a exponente.

Pelas 15h25, sensívelmente, estabeleci novo contacto com o 808 100 100 a perguntar se havia algum problema com a chegada dos técnicos, visto que estes ainda não tinham comparecido nem contactado. Ao qual me foi respondido que ainda não constava nenhuma informação sobre a chegada dos técnicos ao local e por isso teria de aguardar até por volta das 15h45/16h00. 

Por volta das 16h07 volto a estabelecer ligação com o 808 100 100 e fiquei a saber que os técnicos já tinham estado à porta do meu prédio às 14h15 e que tinham deixado um aviso na porta do prédio. 

Tudo isto é muito estranho, na medida em que fui informada, nesta ultima comunicação, que possivelmente haveria um aviso ou na caixa do correio (que fica no interior do prédio) ou na porta do prédio.

Quer num caso quer noutro não verifiquei a existência de nenhuma informação. Na primeira situação, seria muito estranho este aviso constar na caixa do correio, porque se assim fosse, qual teria sido a razão de não subir até ao meu andar?

Atento ao fundamento da presente exposição venho requerer o procedimento adequado a nível disciplinar para com os referidos técnicos que de profissionais nada tiveram por não terem esgotado os meios ao seu alcance para o contacto com a exponente na medida em que não se dignaram a contactar telefonicamente nem fazendo o uso da campainha de outros moradores do mesmo prédio para facilitar a entrada neste e assim chegar à minha porta.

Desta incompetência vão resultar prejuízos, principalmente, a nível alimentar, razão pela qual interrogo a quem vou imputar responsabilidades.


Atentamente,

Inês Luís Dias"



Pois é...

Isto aconteceu mesmo!



segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Por uns minutos um castelo pode desfazer-se...



Hoje venho contar-vos uma história que gostava de partilhar convosco.


Como sabem, eu sou licenciada em design de moda, tenho uma marca de vestuário, sou presidente de uma associação de jovens e ainda tenho uma participação como vogal na direcção de uma federação do distrito de santarém.

Para além disso, escrevo sobre moda de jovens criadores e novas marcas para o Grupo Femenino Movimento Lírio Azul, estou a terminar um curso de inglês avançado e de negócios no Wall Street English para receber um certificado e sou voluntária na Make-a-Wish.

Tenho uma vida muito preenchida, isso é certo.

Mas o dinheiro ainda escasseia e para ter uma marca de moda e ainda montar uma associação capaz de ajudar jovens que sofrem de bullying pelo nosso país é preciso muito investimento.

Mas eu não me assusto.

Tenho pedido muitas ajudas, mas estava na hora de acrescentar outro tipo de esforço para conseguir chegar aos meus objectivos.

Por isso, para ajudar nas despesas, decidi arranjar um emprego em part-time.

Escrevi um curriculum simples e honesto.

Contava que sou licenciada, que já fiz voluntariados, na sua maioria ligada a crianças e direitos humanos, que sabia falar inglês, que tinha uma associação de jovens e todas essas coisas.

Entreguei o curriculum em lojas de centros comerciais que estavam a pedir colaboradores. 

Não obtive feedback de nenhuma loja, por isso decidi mudar o curriculum.

Acrescentei a disponibilidade para full-time.
Deixei ficar a licenciatura, os voluntariados e acrescentei uma pequena experiência como técnica de vendas que tive no verão passado num stand de centro comercial.

Nada.

Tirei a parte da licenciatura e deixei a experiência no stand e de voluntariados.

E fui finalmente chamada para uma entrevista para uma loja de animais.

Tive de mentir.

Tive de engolir tudo o que trabalhara até ali para conseguir um simples emprego numa loja de animais.

Mas não foi só.

Na entrevista tive de engolir sapos porque sabia que seria difícil de explicar ter 25 anos e ter um curriculum deprimente sem nada.

Quando o senhor perguntou "E experiências?" eu disse apenas a pequena experiência que tinha tido num stand de venda de cosméticos.

A reacção foi "Não trabalhou mais do que isso na sua vida toda?".

Comecei a ficar nervosa. Não podia descair-me. Podia ser a minha oportunidade de conseguir um emprego de salário fixo.

Mas surgiu o problema seguinte. Todos os meus horários eram controlados por mim menos a do inglês.

Então quando ele me fez a pergunta "Não trabalhou mais do que isso na sua vida toda?", eu tive de responder que estava a fazer um curso na Modatex e que apenas tinha de ter as tardes da terça livres.

Esta era uma forma de justificar a minha falta de experiência de trabalho. Os estudos. Desde que não fossem em universidades.

Triste.

Justifiquei assim uma suposta ocupação às terças à tarde, que na verdade eram ocupadas com o inglês.

Nesse mesmo dia recebi um telefonema a dizer que tinha sido aceite e para começar a trabalhar no dia seguinte às 9 horas da manhã.

O trabalho era pesado. Não vou negar.

Tínhamos de aprender sobre raças de cães e de gatos para aconselhar a melhor ração, os melhores cuidados e vender os animais disponíveis na loja.

Comprei livros para me ajudar nesta parte, fazia montes de perguntas e aprendi montes de coisas que não sabia.

Tínhamos de aprender o nome de todos os peixes, aves e roedores que se vendiam na loja. E saber todos os cuidados necessários a cada um deles.

Tínhamos de atender os clientes sempre com um sorriso.

Tínhamos de limpar a loja e boxs de animais com vassoura, esfregona, pano e um balde de água.

Hello? Ninguém ouviu falar de aspiradores?

Mesmo tendo problemas de coluna peguei em pesos como rações para cães. 

Existem pacotes mesmo pesados!

Mesmo tendo vertigens subi escadotes para limpar as vitrines da loja de alto a baixo.

Tinha nódoas negras e dores pelo corpo.

Trabalhávamos sete horas com uma folga por semana e meia-hora de almoço.

Portanto saliento, era duro.

Mas eu gostava de trabalhar lá. Gostei de aprender sobre animais e de estar rodeada deles.

Sempre me senti bem perto deles. Em toda a minha vida.


Trabalhei quatro dias e no quinto dia folguei.

No sexto dia o meu horário começava às 16 horas.

Nessa manhã surgiram problemas relacionados com a associação e problemas burocráticos.

Banco, finanças, mudança de membros nos corpos sociais. Estava a ser uma manhã caótica.

Tive de ir ao banco fazer umas perguntas rápidas e eram 14 horas.

Apesar de não haver pessoas para a área das empresas eu tive de esperar uma eternidade para ver as minhas perguntas respondidas. 
Tive de pedir à funcionária da entrada que me respondesse às perguntas.

Mas o problema com a associação ficara resolvido e respirei de alívio.

Depois disto, peguei no carro e cheguei ao centro comercial.

Ao subir as escadas rolantes olhei para o telemóvel: 16h07.

Bolas!

Nunca fui pessoa de me atrasar. Chegava sempre cedo e tinha sempre tudo controlado ao minuto.

Mas como é óbvio estas situações podem acontecer. 

Cheguei à loja com um sorriso. 

E antes de mais nada fui em direcção à salinha para mudar para a farda.

Estava lá o senhor que me tinha feito a entrevista. Um dos patrões.

"O que se passou?" perguntou ele.

Tentei explicar-lhe que tinha ido ao banco e que tinha demorado mais do que era suposto.

"Eu até já tinha o seu contrato. Mas não tolero atrasos."

Deu-me o dinheiro dos quatro dias de trabalho e mandou-me embora.

Ou seja, não me foi dado o contrato e nem a folga me pagou. 

Mas ultrapassando algumas irregularidades típicas das lojas de centros comerciais, eu gostava de estar ali pelos motivos mencionados anteriormente.

Para mim, era importante que pudesse retirar deste meu pequeno sacrifício um lado prazeroso.

Fiquei chocada.

Não que precisasse do emprego para comer. Era apenas mais uma ajuda como forma de investimento.

Mas por duas outras razões.

A primeira porque sabia que ia ser uma situação difícil de gerir e mesmo assim avancei, esforcei-me e acabei por falhar.

E a segunda porque, apesar de já me ter deparado com muitas situações que explicam a situação deste país, esta foi uma das mais infelizes.

Este senhor em questão era um jovem de apenas 29 anos.

Muita coisa me passou pela cabeça.

"Este país não é para jovens".

Esta era uma frase que tinha ouvido vezes sem conta enquanto jovem no mundo associativo.

Aliás, ainda ouço.

As pessoas querem que o Estado Português tome medidas em relação a este assunto.

Mas como diz a minha mãe "Não se começa uma casa pelo telhado".

Se um jovem de 29 anos, à frente de uma empresa, não teve uma atitude humana perante outro jovem de 25 anos, este não está a colaborar para um país melhor.

Eu tenho mais experiência em cargos de liderança. E lido com pessoas de várias idades.
E com todas elas, assumo que são humanas e podem cometer erros.

Os erros não devem comprometer a empresa. E por vezes são difíceis de compreender. 
Mas erros todos cometemos. Funcionários e Líderes.

Mas essa é a diferença da qualidade na gestão de empresas. 

Porque um líder deve ser, acima de tudo, humano.





Despeço-me assim, aconselhando todos os portugueses a darem o exemplo primeiro entre eles, e só depois esperar que os seus líderes o sigam com excelência.


- ABRAÇOS E SORRISOS DE UMA JOVEM PORTUGUESA -