quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Março 1991 até Março de 1992...



O cheiro da casa da Sara nunca mais me saiu da memória.


...



A Sara era a minha ama em Santo André.

Depois da Ilha da Madeira, eu e a minha mãe fomos para os lados de Santiago do Cacém, Alentejo, Portugal.

Mais uma vez deixámos o meu pai em Santarém.

Lembro-me de pouco...

Continente. Nova terra. Nova casa. As mesmas cores.
Quer acreditem ou não, a casa de Santo André também era azul e branca. Parecia uma casinha de bonecas. Pequenina e bonitinha.

Ainda me lembro da Sara. Da cor dos cabelos, do rosto, do sorriso,...
Mas nada se compara ao cheiro da casa dela. Esse nunca me irá deixar a memória por mais anos que viva. 

É difícil para mim descrever cheiros sem memórias associadas ou quando não se parecem com nada. Quando são demasiado característicos. Mas era um cheiro especial, acolhedor, doce.

Ainda cheguei a ir lá uns anos depois. 
A casa tinha o mesmo cheiro. E a Sara estava igual. 

Lembrava-me, e ainda me lembro, de estar no meio de uns prédios amarelos. Lembro-me do edifício do trabalho da minha mãe. Lembro-me de um cavalo onde eu adorava andar que havia em montes de cafés  espalhados pelo país. Um cavalo mecânico do velho oeste com uma musiquinha super conhecida em que se colocava uma moeda e ele andava para a frente e para trás.

Lembro-me da praia e de me colocarem conchas nos olhos para eu dormir.


Mas lembro-me, principalmente, apesar de ter passado por uma história menos feliz na Madeira, de voltar a ser uma criança feliz!


=)






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