Neste começo de novas oportunidades, quase como um recomeço, do ano novo eu queria falar-vos sobre um tema bastante comentado.
Acerca das várias práticas de exclusão social.
Eu faço parte da Inverte a Cena - Associação Portuguesa de Jovens Contra o Bullying e como tal queria falar-vos de alimentação.
Sim, o tipo de alimentação pode ser uma exclusão social.
Por exemplo, imaginemos que alguém convida um determinado número de pessoas para irem jantar num restaurante como forma de convívio ou por um evento especial.
Mas há alguém em condições especiais: alérgico, diabético, vegetariano ou que simplesmente não come a comida servida em determinado restaurante.
Deverá ou não deverá o organizador, ou organizadores, do jantar ter em atenção as condições especiais de quem convida e escolher um restaurante adequado, nomeadamente um que sirva vários tipos de comida ou esteja disposto a fazer algo diferente para aquela pessoa em questão?
Eu tive várias experiências felizes a esse respeito como:
Uma vez eu tinha decidido tornar-me vegetariana e convidaram-me para vários jantares de aniversário nessa altura e a toda a gente a quem eu mencionei a minha nova condição alimentar eles pediram aos restaurantes que servissem um prato especial para mim.
Respeitaram, mesmo que não tivesse durado muito tempo porque, afinal descobri que o meu organismo não se dá muito bem com o vegetarianismo.
Há pouco mais de um ano e meio descobri que sou alérgica à proteína láctea e no último jantar a que me convidaram, o organizador teve em atenção a minha condição e pediu ao restaurante que servisse um prato sem quaisquer proteínas lácteas.
Infelizmente nem todas as experiências são boas, mas podemos, como sempre, aprender com elas.
Neste começo de ano fui convidada para um jantar de ano novo por um amigo.
Eu não conheço mais ninguém do grupo a não ser ele, logo é estranho.
Mas como é sempre bom conhecer gente nova, embora não goste de conhecer muita de uma vez porque fico tímida e não gosto nada disso, eu aceitei.
Principalmente, porque me foi dito que, embora fosse num restaurante de sushi e eu não comer sushi por razões pessoais, serviam outros tipos de comida asiática, possivelmente, chinesa.
Mas afinal não servem.
Escolheram outro restaurante?
Não. Aquele estava em promoção.
Por isso fui excluída.
Isto tudo para vos dizer que no final do dia acabo por perceber que a idade não nos torna menos sujeitos às várias práticas de exclusão.
Apenas vamos dando menos importância para sobreviver emocionalmente.
E a importância que damos serve apenas para aprender.
Por isso, agradeçam a lição dada e sigam em frente.